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17 de Fevereiro de 2016

Agência Espacial Europeia apoia projectos

‘Startups’ incubadas na Universidade do Porto aplicam tecnologia espacial ao sector da energia e agricultura. Cada uma receberá 50 mil euros, durante dois anos.

O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), onde funciona a incubadora da Agência Espacial Europeia (ESA) na região Norte, recebeu as duas primeiras ‘startups’ – InanoE e Eye2Map – contempladas com um incentivo da ordem dos 50 mil euros cada, durante dois anos de incubação.

A inanoE, projecto de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), “desenvolveu uma inovadora tecnologia de microgeradores capaz de converter energia mecânica e térmica em energia eléctrica”, segundo adiantou fonte oficial da UPTEC. A redução do preço e o aumento da eficiência desta tecnologia, originalmente desenvolvida para aplicação no espaço, é um dos objectivos da ‘startup’, com a InanoE a explorar novos processos com recurso a novos materiais.

A ‘startup’ desenvolve micro e nano-geradores feitos à medida, leves e flexíveis, “permitindo aos utilizadores aproveitar o calor e movimento do seu próprio corpo para alimentar a bateria de telemóveis e pequenos aparelhos electrónicos, como ‘tablets’ ou ‘ipods’”. Em 2014, a ‘startup’ foi finalista do concurso de ideias da Universidade do Porto (iUP25k) e representou a Universidade do Porto no concurso IDEUP do SPIN 2014, no México.

Nascida também na FCUP, “a Eye2Map” utiliza drones para navegação e georreferenciação precisa de dados. A informação, adquirida com sensores próprios a bordo de veículos aéreos não tripulados equipados com receptores GNSS, podem ser utilizados para o apoio à agricultura e floresta, permitindo reduzir custos e aumentar a produtividade; a monitorização costeira para acompanhamento da erosão, identificação de zonas de risco para protecção civil local e valorização económica.

A tecnologia desenvolvida pela ‘startup’ pode, também, ser utilizada para a digitalização e modelação 3D de património histórico e arquitectónico de qualquer dimensão”, refere a mesma fonte. A utilização de drones tem apresentado grandes desenvolvimentos – apesar de alguns responsáveis já terem chamado a atenção para o facto da não existência de legislação que balize convenientemente a utilização destes aparelhos. A ‘startup’ já havia sido reconhecida, em 2014, com o Prémio Regional de Portugal da European Satellite Navigation Competition (ESNC), uma das maiores competições internacionais de ideias de negócio na área da navegação por satélite.

A incubadora de empresas da ESA “visa promover a criação de ‘startups’ que apliquem tecnologia espacial noutros sectores, como saúde, energia, transporte e segurança. A incubadora é gerida por um consórcio liderado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), e do qual fazem parte o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e a Agência DNA Cascais. A UPTEC tem-se destacado na área da criação, lançamento e desenvolvimento de ‘starups’ – algumas delas com assinalável êxito nos mercados, nomeadamente internacionais.

Segundo a Reitoria da Universidade do Porto, aquele pólo de lançamento de empresas é um dos pilares da nova dinâmica de empreendedorismo que se constitui como uma das traves estratégicas da instituição. Para além do assinalável número de empresas que têm sido criadas no seio daquela estrutura, a Universidade assinala também o elevado contributo económico e financeiro que estas unidades já representam. Não tanto ainda em termos de criação de postos de trabalho, mas, para já, no que diz respeito ao contributo para o PIB e para as contribuições fiscais.

Por Diário Económico, Fevereiro 2016