11 de Junho de 2018

Tecnologia: estamos “condenados a colaborar”

A COTEC, da qual Jorge Portugal é Diretor-geral, marcou presença na Hannover Messe, uma das maiores feiras de tecnologia industrial a nível mundial.

A COTEC, liderada pelo Conselheiro de Portugal no Mundo Jorge Portugal, esteve na Hannover Messe, uma das maiores feiras de tecnologia industrial a nível mundial. Numa era em que a aposta em inovação das empresas tem de passar pela colaboração entre vários atores, a associação empresarial tinha objetivos claros em Hannover: dar visibilidade ao que se faz em Portugal e encontrar oportunidades para novas ligações entre centros de conhecimento e hubs de inovação.

“Sabemos hoje que, acima de tudo, o novo conhecimento e a capacidade tecnológica não reside apenas numa região. Reside em muitas. E também as oportunidades de colaboração não estão só limitadas às fronteiras. O esforço de crescimento e investimento em inovação de uma pequena e média empresa (PME) com recursos limitados terá de ser feito em colaboração”, defende Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec.

A panóplia de tecnologias digitais é vasta e, por isso, “nenhum país, nenhum centro tecnológico, pode dominar todas. Estamos condenados a colaborar. Os países que colaborarem mais são aqueles que também vão tirar maiores proveitos e uma capacidade de assimilação mais rápida”. A Cotec acredita que, nesta altura, “é importante continuar a promover a cooperação e a aproximação entre empresas e centro de conhecimento, fundamentalmente numa perspetiva mais alargada, para além das fronteiras”. “O primeiro passo para o estabelecimento desse conhecimento é dar a conhecer fora qual é a capacidade do país e das empresas e é exatamente essa a motivação” para virmos a esta feira, sinalizou o responsável.

Ao falar de digitalização da indústria, torna-se também necessário abordar a questão da Indústria 4.0. Jorge Portugal acredita que “a maior parte das empresas” já fez a transição para a automação e digitalização. Contudo, há ainda empresas que têm de dar “o grande salto” que se traduz em “colocar as plataformas de dados, [dotadas] com inteligência [artificial] e algoritmos, para controlar os sistemas industriais e toda a cadeia de valor”. “As cadeias de valor ainda continuam a ser fragmentadas, com menor poder de colaboração. No futuro, as plataformas digitais vão poder criar níveis de ligação maiores.” Sinaliza também que as empresas têm de reconhecer as mudanças nos negócios que estas plataformas vão gerar. “Mais do que inovar no produto, cada vez mais as empresas têm de inovar [com base] nas necessidades que a procura [lhes coloca] à frente.”

By Dinheiro Vivo, Maio 2018