2 de Janeiro de 2020

Conselho da Diáspora quer estimular organizações congéneres em África e criar uma federação

Com a ajuda do EurAfrican Forum, uma iniciativa que o Conselho da Diáspora lançou há dois anos, foi possível “já estimular a criação de conselhos da diáspora em cinco países africanos: Moçambique, Nigéria, Etiópia, Angola e Guiné-Bissau”.

Segundo Filipe de Botton, Presidente da Direcção do Conselho da Diáspora Portuguesa, “estas congéneres são totalmente independentes”, estando a ser criadas por pessoas nesses países.

“Nós, Conselho da Diáspora, estamos meramente a estimular esse aparecimento e a dar um pouco a nossa experiência”, sublinhou.

Porém, adiantou que o Conselho da Diáspora “acha extremamente importante” poder “a prazo, criar quase que uma federação dos conselhos das diásporas”, permitindo “articular as várias mensagens e sobretudo as entreajudas que possam existir nesse domínio”.

Quanto ao tema da terceira edição do EuroAfrican Forum, a realizar em 2020, Filipe Botton disse que este “tem a ver com novas possibilidades de investimentos conjuntos entre os dois continentes, já que a Europa tem o conhecimento e África tem os mercados e a possibilidade de investir”.

“E claro que aqui posicionamos Portugal como uma plataforma de encontro Europa-África”, afirmou.

Filipe Botton sublinhou que o “EuroAfrican Forum não é um encontro entre Portugal e África, nem Portugal e a África lusófona”, mas “claramente, um encontro entre Europa e África como um todo, em que Portugal é a plataforma de encontro”.

Esta edição tem também como objetivo “estimular a força das diásporas africanas”, bem como debater qual o seu papel no futuro, acrescentou.

Segundo o empresário português, a primeira edição do fórum “veio permitir uma reaproximação de Portugal com Angola”, e a segunda, na qual o Conselho da Diáspora em articulação com o Presidente da República, contou com a presença do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, debateu as respostas de “ajuda à tragédia” que este ano aconteceu no território moçambicano, com os ciclones Idai e Kennet.

A terceira e próxima edição, em 2020, deverá também dar um contributo para “reforçar as relações internacionais”, considerou.

Esta iniciativa, sublinhou, tem sido sempre feita em perfeita articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Este evento reúne habitualmente 700 participantes, que debatem os temas do desenvolvimento das relações institucionais entre a Europa e África.

“Achamos que isto é muito importante para Portugal porque permite-nos afirmar Portugal”, concluiu o presidente da direção do Conselho da Diáspora.

O VII Encontro Anual do Conselho da Diáspora portuguesa, que se realiza esta sexta-feira, tem como tema “Pensar a economia no nosso planeta” e vai debater, entre outros aspetos, os desafios da transição para um novo sistema de produção e consumo, lê-se no comunicado de lançamento do evento.

O evento conta na sessão de abertura com a intervenção do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e no encerramento com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nos anos anteriores, o encontro anual do Conselho da Diáspora debateu temas como o talento e o sistema de educação nacional, o investimento, liderança e diversidade, cibersegurança, gestão na era digital, diplomacia cultural, competências para o século XXI, o desenvolvimento da indústria audiovisual em Portugal.

O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma associação privada sem fins lucrativos, fundada em 2012, com o Alto Patrocínio da Presidência da República e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Este ano foi reconhecido pelo Estado Português com o estatuto de Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em favor das relações entre Portugal e África. através da plataforma EurAfrican Forum.

O seu principal instrumento de intervenção é uma rede de ligação entre portugueses e lusodescendentes, a World Portuguese Network, que integra 96 membros, espalhados por 26 países e 50 cidades em cinco continentes, com intervenção e influência nas áreas da Economia, Ciência, Cultura e Cidadania.

Por Lusa, Dezembro de 2019