3 de Janeiro de 2019

Um ‘think-tank’ que reúne portugueses pelo mundo

Filipe de Botton falou com a agência Lusa em antecipação ao Encontro Anual sobre o trabalho que tem sido feito desde a criação do Conselho e quais as perspectivas de futuro que se aproximam.

O Conselho da Diáspora, um ‘think-tank’ que reúne gestores e empresários portugueses no mundo, volta a encontrar-se esta sexta-feira em Cascais, com o talento na agenda, tem objetivos muito concretos: O presidente do Conselho, Filipe de Botton, afirma que o objetivo para o futuro é fazer mais ações concretas, exemplificando com uma iniciativa na área da prevenção oncológica, que permite uma poupança de mil milhões de euros.

Em entrevista à Lusa na véspera do Encontro da Diáspora, o empresário explicou que o conselho “é um ‘think tank’ mas está também a fazer ações concretas”, destacando a área da prevenção oncológica e um investimento de 50 milhões de dólares entre a Universidade Católica do Porto e um dos conselheiros “para um centro de desenvolvimento de biotecnologia para servir o mundo a partir de Portugal”.

O Conselho da Diáspora reúne-se, desde há sete anos, uma vez por ano, com o presidente e o vice-presidente honorários, que são o Presidente da República e o ministro dos Negócios Estrangeiros, levando um ou dois temas e propostas sobre como tornar Portugal mais atrativo.

“Trazemos à discussão dois temas e os principais interessados na cadeia de valor para falarem sobre um tema específico e darem a sua experiência, e este ano os temas são o talento, a retenção e criação de talento, e o posicionamento relativo de Portugal para manter ou melhorar os bons índices de competitividade”, disse Filipe de Botton.

Portugal, defendeu, “está a ser vítima do seu sucesso” porque tem sido um local de investimento privilegiado, “está a começar a ter falta de recursos de gente bem preparada para ir ao encontro das necessidades de emprego de talento”.

O Conselho da Diáspora tem três grandes prioridades, que são aproximar a diáspora dos portugueses influentes de Portugal, trazer ideias e fazer a ponte entre o país e os potenciais investidores, e internacionalizar o próprio Conselho.

“Para o futuro, queremos internacionalizar o Conselho da Diáspora”, salientou Filipe de Botton, exemplificando com o Fórum EuroÁfrica, que decorreu no verão passado no Estoril, e cuja presença do ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, juntamente com mais sete ministros africanos, permitiu “reatar as relações diplomáticas entre Portugal e Angola, um efeito lateral, mas que mostrou o papel que pode ter o Conselho”, concluiu.

Por Eco e Lusa, Dezembro de 2018