Jorge Portugal: “Muitas empresas associam inovação a risco elevado”. O diretor-geral da Cotec é membro do júri do Prémio Inovação NOS.
Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec e membro do Conselho da Diáspora, é membro do júri do Prémio Inovação NOS.
A maioria das empresas portuguesas já despertou para a importância da inovação?
A maioria está convencida que a inovação é o único caminho. O desafio que subsiste para muitas é criar uma capacidade real de gestão de processos de inovação que inclui o alinhamento entre a estratégia de mercado e a de inovação, talento, uma cultura de experimentação e gestão de riscos, gestão de projetos de I&D, etc.
O que se pode fazer para estimular a inovação empresarial?
Mais do que por discursos, as empresas e os empresários mudam pelo poder do mimetismo. É muito importante identificar e dar a conhecer casos de inovação relevantes.
Em que tipo de empresas a mensagem é mais difícil de passar?
Muitas empresas de pequena dimensão não possuem os recursos essenciais, nem têm qualquer estratégia de acesso a eles para o sucesso da inovação.
Por que é que as empresas portuguesas não inovam mais?
Três razões podem justificar esta insuficiência critica: primeiro, a empresa não tem tempo para refletir no futuro do negócio, quais serão os próximos mercados, etc; segundo, acredita-se que os projetos de inovação que podem ter um impacto económico significativo no crescimento da empresa têm um nível de risco muito elevado e um retorno muito distante no tempo; por último, falta uma liderança esclarecida e o roadmap que permita a necessária mudança do negócio do que é no presente para aquilo que será no futuro.
Por Dinheiro Vivo, Março 2018