Foram 3 dias e meio, 53.056 pessoas, 1.490 startups, 1.300 investidores, 1.200 milhões de euros para startups. Não foi 1 conferência, foram 21 conferências, 663 oradores, 2.000 jornalistas.
Foram três dias e meio, 53.056 pessoas, quatro pavilhões da FIL para 1.490 startups, um MEO Arena cheio, mais de 4 milhões de visualizações nos vídeos em direto do Facebook, 1,835 milhões de mensagens trocadas na app, 97.000 pastéis de nata, 37.000 quilómetros de cabos, 1.300 investidores. A Web Summit não foi uma conferência, foram 21 conferências, 663 oradores, 2.000 jornalistas.
Foram intervenções em palco para falar de segurança nas redes sociais, de música, de amor, de empreendedorismo, de investimento, de media, de inteligência artificial. De eleições norte-americanas. No final, o que ficou?
Ficou um fundo de fundos de 1.000 milhões de euros que a Comissão Europeia vai lançar para apoiar startups europeias. E outro fundo de 200 milhões que o Estado português lançou para poder coinvestir em empresas, com mais 200 milhões dos privados. Ficou a vontade de acabar com uma Europa que tem “28 tipos de regras de mercado diferentes”, onde é “praticamente impossível” para as startups crescer, e que obriga “os cidadãos a usarem métodos ilegais para acederem a conteúdos digitais”, explicou Andrus Ansip, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo projeto do Mercado Único Digital.
Ficou um alerta à tecnologia. Aos políticos e aos legisladores. “A tecnologia também está a ter um impacto negativo no mundo e é importante que as pessoas que tomam decisões estejam aqui e conheçam as pessoas que estão a desenvolver estas tecnologias”, disse Paddy Cosgrave na última conferência de imprensa da Web Summit. O irlandês quer que haja diversidade de pessoas naquela que é a maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa, para que startups possam interagir com empresas maiores, investidores, potenciais clientes, parceiros. “É um erro achar que toda a tecnologia é boa. Na melhor das hipóteses é neutra“, tinha já afirmado Paddy, para explicar que há “tecnologias que podem destruir o mundo inteiro”.
Ficou o medo do futuro. Segundo um inquérito feito aos investidores presentes no evento no evento, cerca de 1.300, mais de metade (53%) acreditam que a inteligência artificial vai levar ao desaparecimento de milhões de empregos em todo o mundo e 93% consideram que os governos ainda não estão preparados para enfrentar essa realidade. “É assustador” pensar que os governos ainda não estão preparados para um futuro em que a tecnologia substitui milhões de pessoas nos seus empregos, tinha já dito o responsável pela Web Summit.
Mas ficou também a esperança no futuro: quando o cubo dinamarquês que venceu aqueles que são os óscares das startups europeias, como lhes chamou Jaime Jorge, líder da Codacy, em 2014. Duzentos pitches [breves apresentações] depois, foi a Kubo-Robot que levou 100 mil euros da Portugal Ventures para casa. O líder Tommy Otzen explicou aos jornalistas que quiseram “tirar a programação drag and drop [arrastar e largar] do ecrã e passá-la para a vida real”, como se fossem Legos. Acabaram por construir um robô, em forma de cubo e dotado de um sistema de inteligência artificial, que as crianças aprendem a controlar través da utilização das ordens certas, a base da programação.
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Por Observador, Novembro 2016