
14 de Abril de 2025
Reunião do Conselho Consultivo | Abril 2025
No dia 10 de abril, o Conselho da Diáspora Portuguesa realizou a sua primeira reunião do Conselho Consultivo de 2025, no Hotel Pestana Palácio do Freixo, no Porto.
26 de Junho de 2019
Maya de Almeida Araújo foi atleta de natação no Benfica, headhunter e, hoje, é uma das talentosas especialistas em fotografia debaixo de água em movimento. Premiada e reconhecida internacionalmente pelas suas fotografias subaquáticas, muitas feitas em apneia, que começaram por ter animais como modelos e agora se centram em pessoas.
O QUE DIZ MAYA…
No âmbito da parceria com o Conselho da Diáspora Portuguesa, a Executive Digest aproveitou para uma pequena conversa com Maya de Almeida.
– Como descobriu o “olhar” (através da lente) que a define?
Eu não intelectualizo a forma como fotografo, mas posso falar sobre o que me alimenta a alma. É importante dizer que o que difere a área criativa das outras áreas é isso (a menos que o trabalho seja puramente comercial): aquilo que se produz e em grande parte produto do que se está a passar a nível interior nesse momento em particular. Há alturas em que procuro intimidade no trabalho e outras em que estou apaixonada por cor e o movimento, sinto que tenho de “pintar” com luz. O que tem sido consistentemente uma fonte é a música, o movimento e o corpo. O mundo do palco é uma fonte de inspiração enorme. Quando tomei a decisão de seguir profissionalmente a área audiovisual, procurei mentores cujo trabalho eu admirava nos Estados Unidos e em Londres. Passei também algum tempo com fabricantes de equipamento de luz em Basel para poder adicionar disciplina à forma como abordava o trabalho e desenvolvi competências técnicas para dar vida às imagens que tinha em mente. Isto é particularmente importante porque a maioria das imagens que me surgem são pouco literais, mais criativas. Noutras palavras – sem as competências técnicas, as minhas ideias seriam impossíveis de criar.
– O mundo da fotografia está a fazer um caminho a preto e branco? Ou a cores ilimitadas?
Esses são dois percursos muito diferentes e distintos. A cor é estética, o Preto e Branco é textura e forma e está mais próximo daquilo que as pessoas veem (apesar de não estarmos conscientes disto). A cor para mim é o mundo de sonho, criar outras dimensões. O Preto e Branco é essência. É mais primordial na sua crueza, que está mais próxima do nosso subconsciente e como resultado disso, é também mais intenso.
– Que fotografia lhe vem à cabeça quando pensa em felicidade?
Estar suspensa na vertical de cabeça para baixo no mar.
– O que sobra de Portugal em si?
Deixei Portugal quando tinha 17 anos e vejo-me como uma Londrina. Muitas vezes sinto mesmo que sou uma Londrina de nascença. Mesmo assim, é impossível não sentir que há um pedaço de Portugal em mim. Quando volto, parece que nunca deixei Portugal. E volto frequentemente para estar com família e mar. Se tivesse ido viver para os EUA, em vez de ir para o Reino Unido, acredito que o sentimento de separação teria sido muito maior. A verdade é que sempre senti que o que me definia não era a nacionalidade, mas sim o carácter. Acho que a minha abordagem directa e pragmática tem provavelmente origens em Portugal.
– Qual é que tem sido o seu papel enquanto conselheira da Diáspora Portuguesa no Mundo?
Como parte do meu papel no Conselho da Diáspora, participei nas “Conversas com a Diáspora” na Universidade Católica, falando sobre o que poderão ser as profissões do futuro. O Conselho da Diáspora é uma entidade muito dinâmica e colaborativa onde debatemos formas de trazer para Portugal as competências únicas que possamos ter desenvolvido no estrangeiro. De certa forma, ao fazer parte deste grupo é como se fôssemos todos embaixadores do país. Neste momento estou a trabalhar num projeto muito especial sobre o Mar Português, que vai ser lançado em outubro deste ano.
Por Executive Digest, Junho de 2019