Caderno extra do jornal o Público: “Os nossos melhores Embaixadores” – edição Norte e Centro, publicação 1 Setembro 2016.
No âmbito do caderno extra publicado pelo jornal Público no passado dia 1 de Setembro, partilhamos artigo sobre o Conselho da Diáspora Portuguesa, contando com o depoimento do Presidente da Direcção, Filipe de Botton.
«Promover e organizar a institucionalização de uma rede de contactos entre os portugueses e luso-descendentes a residir no exterior; Estruturar e coordenar um processo de comunicação regular entre os membros dessa rede; Fomentar e aprofundar as relações e actividades de ligação entre os membros da associação e as instituições nacionais e, ainda, estabelecer e aprofundar as ligações da associação com outras redes de comunidades portuguesas no exterior foram assumidos como eixos fundamentais de actuação do Conselho da Diáspora Portuguesa.
A sua presidência foi desde logo assumida por um gestor e empresário que, com larga experiência de negociação nos mercados internacionais, já tinha estabelecido uma rede de sólidas relações ao mais alto nível. Filipe de Botton, que se mantém à frente dos destinos da associação, dá-nos conta das razões que o levaram a dinamizar e empenhar-se no processo do que é actualmente um verdadeiro lóbi dos interesses da comunidade portuguesa espalhada pelos cinco continentes: “Devo reconhecer que tive uma muito agradável surpresa quando constatei o número impressionante de portugueses que, no estrangeiro, ocupavam lugares de destaque e de enorme responsabilidade e a forma discreta, sem aparecerem nos jornais, que através das suas redes de influência tinham para influenciar e ajudar o nosso país. Foi com o espírito de fazer convergir as vontades de compatriotas que vivem dentro e fora das fronteiras de Portugal que nasceu então o Conselho da Diáspora Portuguesa, CDP”.
Um lóbi activo e a crescer
Um ano depois do acto de fundação cerca de três dezenas dos então 52 conselheiros reuniam-se numa série de painéis de discussão à porta fechada no edifício da Cidadela de Cascais para, no quadro do futuro de Portugal, debater temas como os financiamentos alternativos à economia, a mobilidade inteligente e a energia verde. Além do Presidente da República por lá passaram o presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro e vários membros do Governo, o secretário-geral do PS então na oposição, além de conselheiros como António Horta Osório, do Lloyd’s Bank, Carlos Tavares da Peugeot-Citroën e o actor Joaquim de Almeida.
“Hoje vindos das áreas empresariais, da cidadania, da cultura, ciência e arte contamos com 87 membros do CDP, verdadeiros conselheiros de Portugal no mundo. Em 22 países e 44 cidades ajudam a divulgar e promover a imagem de Portugal e as suas instituições nos mais diversos planos”, refere-nos Filipe de Botton, que salienta ainda: “dado que nos compete garantir que a agenda do CDP, é sempre convergente e contribui para os interesses nacionais para nós é precioso o apoio institucional que nos é prestado pelos nossos presidente e vice- presidente honorários: Sua Excelência o Senhor Presidente da República e o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros”.
O dirigente do CDP reconhece que a afirmação internacional do país é um processo que leva tempo. “No primeiro encontro do CDP que realizámos em 2012 tivemos a preocupação de pedir a alguns dos nossos CPM’s para darem a sua visão sobre o que pensam ser a imagem do nosso país além fronteiras. Chegou-se à conclusão que Portugal não tinha uma imagem formada aos olhos estrangeiros, ou de não eram conhecidas as nossas realidades concretas. Isto abre-nos um conjunto de possibilidades de construção de uma imagem mais favorável”. E acrescenta Filipe de Botton: “pese o facto de hoje Portugal ‘estar nas bocas do Mundo’ e mercê de uma série de factores exógenos como um um incremento brutal da entrada de turistas precisamos, na minha opinião, de progredir no campo de uma imagem estruturada e uma estratégia clara de posicionamento internacional do nosso País”.
Produtos fantásticos e empresas de excelência
Quando questionado sobre os produtos e serviços que entende serem os nossos “melhores embaixadores” nos mercados externos o presidente da CDP revela os seus dotes de diplomata: “Não faria a distinção de nenhum em detrimento de outros, em todos existem vantagens competitivas que dependem do grau de inovação ou de sofisticação que lhes são incorporados pelas empresas que os produzem, ou exportam.
Portugal tem gente extraordinária, produtos fantásticos e uma série de empresas de excelência. Tudo em si comprova que somos um país com condições para vencer no mercado global e assistimos actualmente à nossa afirmação internacional em praticamente todas as áreas de actividade económica: Refiro produtos milenares como o vinho, tradicionais como os têxteis, produtos e serviços novadores e de ponta como a informática. E noutros sectores da actividade, como a investigação científica, teremos sempre algo português para referenciar”.
Quando questionado sobre o que considera ser determinante e urgente fazer para captar para a economia nacional um significativo e sustentado aumento do investimento directo estrangeiro o principal responsável do Conselho da Diáspora Portuguesa refere que uma das funções da associação é a de, através da rede de contactos dos seus conselheiros ajudar a divulgar o nosso País em total e perfeita articulação com a nossa rede diplomatica. “Certamente que além do trabalho de promoção externo feito por todos – Presidente da Republica, Governo, embaixadores, empresários, cientistas, artistas,.. é muito importante termos um país que queira e saiba atrair o investimento Internacional. Para tal é fundamental que Portugal seja um Estado de Direito, em que as regras sejam previsíveis e estáveis e em que estejam crieadas as condições para sermos vistos como um país em que vale a pena arriscar. Temos igualmente de criar condições para que – no mundo global onde vivemos – os portugueses que saíram possam voltar”.
E o presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa conclui: “É com orgulho que afirmamos que a nossa associação – ao longo dos seus três curtos anos de existência – tem apresentando Portugal a investidores internacionais que acabaram por cá investir os seus capitais e ajudado várias empresas internacionais a escolherem o nosso país para apostar em sectores que vão da saúde oncológica, à biotecnologia e à exportação de serviços.»
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Por António Salaviza Manso, Público, Setembro 2016