Aproveitam o facto de poderem trabalhar à distância para conciliarem trabalho com viagens. Andam de país para país e por isso são “nómadas”. Em junho, terão estado 300 em Lisboa.
Nos últimos anos, tem crescido o número de nómadas digitais: pessoas que, trabalhando à distância — isto é, sem estarem obrigados a trabalhar num escritório ou espaço físico circunscrito. Decidem juntar o útil ao agradável, e viajar mundo fora sem sair das suas rotinas de trabalho.
Pelo menos desde os anos 60, altura em que o filósofo e teórico da comunicação Marshall McLuhann popularizou a metáfora do mundo enquanto “aldeia global”, que a tecnologia tem abolido as barreiras físicas que separam os povos. É a tecnologia que permite que hoje alguém possa, por exemplo, estar a trabalhar em Portugal para uma empresa espanhola, usando a tecnologia como meio.
Há cada vez mais programadores, escritores, bloggers e publicitários — entre tantos outros profissionais — a poderem trabalhar à distância, usando um computador como ferramenta. A poderem sair de casa e ir viajar constantemente enquanto trabalham. São os nómadas digitais.
Os nómadas digitais não querem viajar como os turistas — querem visitar as cidades, ir a eventos culturais, conhecer pessoas e ter rotinas diárias (de vida social, de trabalho) semelhantes às dos locais. Só que em vários pontos do mundo. Querem aproveitar o fim da segurança e da estabilidade (o emprego para a vida, a certeza de que não precisam de emigrar) a seu favor e explorar o mundo como as tribos passadas.
Há ainda pouca informação estatística sobre o número de nómadas digitais que existem pelo mundo. Sabe-se, isso sim, que são cada vez mais, entre os que adoPtam o estilo de vida por gostaram de viajar com grande regularidade e o seu trabalho o permitir e os que estão obrigados a viajar constantemente porque o próprio trabalho assim o exige.
Uma das comunidades de nómadas digitais que passou por Lisboa em junho foi a da Toptal, uma empresa de recrutamento de talento freelancer nas áreas da programação e design, em que toda a equipa trabalha à distância. A empresa norte-americana juntou, entre 28 de maio e 12 de junho, mais de 15 membros na Surf Office Lisbon, um espaço de alojamento e coworking situado na capital portuguesa, para workshops, palestras e convívio entre membros.
Como para chegar aos 300 nómadas digitais não chegam as quatro comunidades que em junho chegaram a Lisboa — a Nomad Cruise, a CODINO, a Toptal e a Dynamite Circle —, muitos foram aqueles que, trabalhando à distância, chegaram a Lisboa sozinhos, como habitualmente viajam.
Leia a notícia completa e os testemunhos de alguns nómadas digitais: AQUI
Por Observador, Junho de 2016